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sábado, 1 de abril de 2023

A importância da higiene bucal na infância

A higiene bucal é essencial para a saúde de bebês e crianças. Uma boa higiene bucal é importante não apenas para prevenir a cárie dentária, mas também para evitar problemas como a gengivite e outras doenças bucais.

Quando a higiene bucal é mal feita, isso pode levar a uma série de consequências, incluindo problemas dentários, dor, infecção e até mesmo problemas de saúde mais graves. Neste artigo, discutiremos a importância da higiene bucal para bebês e crianças e as consequências de uma higiene mal feita.

Por que a higiene bucal é importante para bebês e crianças?

A higiene bucal é importante desde cedo. Os bebês nascem sem dentes, mas assim que os dentes começam a surgir, a higiene bucal deve começar. A cárie dentária é uma das doenças crônicas mais comuns em crianças, mas pode ser prevenida com uma boa higiene bucal.

A higiene bucal adequada é importante porque ajuda a remover a placa bacteriana que se acumula na boca. A placa bacteriana é uma camada pegajosa de bactérias que se forma nos dentes e nas gengivas. Se a placa bacteriana não for removida regularmente, ela pode levar à cárie dentária e à gengivite, uma inflamação da gengiva que pode causar vermelhidão, inchaço e sangramento.

Além disso, uma boa higiene bucal ajuda a manter a boca saudável e livre de infecções. As crianças que não praticam uma boa higiene bucal podem estar em maior risco de desenvolver infecções orais, como a estomatite, uma infecção dolorosa que afeta a boca e as gengivas.

Consequências de uma higiene bucal mal feita

Quando a higiene bucal é mal feita, isso pode levar a uma série de consequências negativas para a saúde das crianças. Aqui estão algumas das consequências mais comuns de uma higiene bucal mal feita:

Cárie dentária: A cárie dentária é uma das consequências mais comuns da higiene bucal mal feita em bebês e crianças. Quando a placa bacteriana se acumula nos dentes, ela pode produzir ácidos que corroem o esmalte dos dentes, levando à formação de cáries. Se a cárie dentária não for tratada, ela pode levar a dor, infecção e até mesmo a perda dos dentes.

Gengivite: A gengivite é uma inflamação da gengiva que pode ser causada pela acumulação de placa bacteriana nos dentes e gengivas. Os sintomas da gengivite incluem vermelhidão, inchaço e sangramento das gengivas. Se não for tratada, a gengivite pode levar a doenças mais graves, como periodontite, uma infecção que afeta as estruturas de suporte dos dentes.

Mau hálito: O mau hálito é uma consequência comum da higiene bucal mal feita. Quando a placa bacteriana se acumula na boca, ela pode produzir odores desagradáveis. O mau hálito pode serum problema social para as crianças e pode afetar sua autoestima e relacionamentos com os outros.

Infecções orais: As infecções orais, como a estomatite, são mais comuns em crianças com uma higiene bucal mal feita. A estomatite é uma infecção dolorosa que afeta a boca e as gengivas. Além disso, a falta de higiene bucal pode levar a outras infecções, como infecções de ouvido e garganta.

Risco de endocardite: A relação entre a higiene bucal e a endocardite é importante porque as bactérias orais podem entrar na corrente sanguínea durante a escovação, uso de fio dental, extrações dentárias, procedimentos de limpeza e outros tratamentos dentários. Quando as bactérias orais entram na corrente sanguínea, elas podem se alojar nas válvulas cardíacas e causar a endocardite. As bactérias mais comuns que causam a endocardite são o Streptococcus viridans e o Staphylococcus aureus, que estão presentes na boca e podem ser removidos com a higiene bucal adequada.

Má formação dentária: A higiene bucal mal feita pode levar a problemas de má formação dentária em crianças. Por exemplo, a cárie dentária pode levar à perda precoce dos dentes de leite, o que pode afetar o desenvolvimento dos dentes permanentes. Além disso, os dentes permanentes podem surgir tortos ou desalinhados se os dentes de leite forem perdidos precocemente.

Como promover uma boa higiene bucal para bebês e crianças?

A seguir estão algumas dicas para promover uma boa higiene bucal para bebês e crianças:

Comece cedo: A higiene bucal deve começar assim que os dentes começarem a surgir. Os pais devem limpar os dentes do bebê com uma toalha úmida ou escova de dentes macia. Aos seis meses, os bebês podem começar a usar uma pequena quantidade de creme dental sem flúor em sua escova de dentes.

Supervisione a escovação: As crianças devem ser supervisionadas ao escovar os dentes até os oito anos de idade. Os pais devem ensinar as crianças a escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, com uma escova de dentes macia e creme dental com flúor.

Limite o açúcar: O açúcar é um dos principais fatores que contribuem para a cárie dentária em crianças. Os pais devem limitar a quantidade de açúcar que as crianças consomem e evitar dar doces e refrigerantes com frequência.

Visite o dentista regularmente: As crianças devem visitar o dentista regularmente para exames de rotina e limpeza dos dentes. Os pais devem incentivar as crianças a ver o dentista como algo positivo e não como algo assustador.

Conclusão

A higiene bucal é essencial para a saúde de bebês e crianças. Uma boa higiene bucal pode prevenir a cárie dentária, a gengivite e outras doenças bucais. Quando a higiene bucal é mal feita, isso pode levar a uma série de consequências negativas para a saúde das crianças, incluindo cárie dentária, gengivite, mau hálito, infecções orais e má formação dentária. Os pais devem promover uma boa higiene bucal desde cedo e ensinar as crianças a cuidar de seus dentes. Além disso, as crianças devem visitar o dentista regularmente para exames de rotina e limpeza dos dentes.

terça-feira, 28 de março de 2023

Porque não expor crianças e bebês a telas

O uso de telas, como tablets, smartphones, televisores e computadores, tem se tornado cada vez mais comum em nosso dia a dia. No entanto, quando se trata de crianças pequenas, é importante que os pais e cuidadores estejam cientes dos possíveis efeitos negativos que a exposição excessiva às telas pode ter em seu desenvolvimento.

De acordo com a Academia Americana de Pediatria, crianças menores de 18 meses não devem ser expostas a telas, enquanto as crianças de 18 a 24 meses podem assistir a programas de alta qualidade, com supervisão e interação dos pais ou cuidadores. Para crianças com mais de 2 anos, é recomendado que o tempo de tela seja limitado a no máximo uma hora por dia, com foco em programas educacionais e interação com os pais.

Aqui estão alguns motivos pelos quais não devemos expor as crianças pequenas a telas em excesso:

Atraso no desenvolvimento da linguagem e socialização

A interação cara a cara com os pais e cuidadores é essencial para o desenvolvimento da linguagem e socialização em crianças pequenas. A exposição excessiva às telas pode prejudicar esse processo, uma vez que as crianças podem perder a oportunidade de se comunicar e se conectar com outras pessoas de maneira significativa.

Problemas de sono

A exposição à luz azul emitida pelas telas pode interferir na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. Como resultado, as crianças podem ter dificuldades para adormecer ou dormir profundamente, o que pode afetar seu humor, comportamento e saúde geral.

Problemas de visão

 A exposição excessiva às telas pode causar fadiga ocular, dor de cabeça e visão turva em crianças pequenas. Além disso, as crianças podem desenvolver hábitos de postura inadequados, como inclinar-se para frente ou sentar muito perto da tela, o que pode levar a problemas de coluna vertebral e dor nas costas.

Aumento do risco de obesidade

Quando as crianças passam muito tempo em frente a telas, é menos provável que elas sejam fisicamente ativas e se envolvam em atividades ao ar livre. Isso pode aumentar o risco de obesidade infantil, que pode levar a problemas de saúde a longo prazo, como diabetes, pressão alta e doenças cardíacas.

Exposição a conteúdo inadequado

As crianças pequenas podem não entender a diferença entre a realidade e a ficção na televisão e nos vídeos. Portanto, elas podem ser expostas a conteúdo inadequado ou violento que pode afetar negativamente seu comportamento e desenvolvimento emocional.

Explicando mais a fundo...

É importante que os pais estejam cientes desses riscos e limitem o tempo que seus filhos passam em frente às telas, oferecendo alternativas mais saudáveis e educativas para seu desenvolvimento.

Um estudo publicado na revista JAMA Pediatrics mostrou que o tempo de exposição à tela pode afetar o desenvolvimento cognitivo em crianças. O estudo acompanhou mais de 437 crianças entre 3 e 5 anos e descobriu que aquelas que passaram mais tempo em frente às telas tiveram um desempenho inferior em testes de linguagem, pensamento e habilidades sociais em comparação com aquelas que passaram menos tempo em frente às telas.

Isso ocorre porque a exposição excessiva às telas pode limitar as oportunidades de as crianças interagirem com outras pessoas e aprenderem a interpretar as emoções e sinais não verbais que são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem e habilidades sociais. Além disso, o uso excessivo de telas pode levar a uma falta de concentração e atenção em outras atividades importantes, como brincar ao ar livre, ler livros e praticar esportes.

Outro fator a considerar é a importância do sono para o desenvolvimento infantil. A exposição à luz azul emitida pelas telas pode interferir na produção de melatonina, um hormônio que ajuda a regular o sono. Isso pode levar a dificuldades para adormecer e dormir profundamente, o que pode afetar o humor, o comportamento e a saúde geral das crianças.

Um estudo publicado na revista Pediatrics mostrou que crianças que usam telas antes de dormir têm maior probabilidade de ter um sono ruim e insuficiente. Além disso, o sono insuficiente pode levar a problemas comportamentais, como irritabilidade, ansiedade e hiperatividade, e problemas de saúde, como obesidade e diabetes.

Além disso, a exposição excessiva às telas pode afetar negativamente a saúde visual das crianças. A exposição prolongada à luz azul emitida pelas telas pode levar a fadiga ocular, dores de cabeça e visão turva. Além disso, as crianças podem desenvolver hábitos de postura inadequados, como inclinar-se para frente ou sentar muito perto da tela, o que pode levar a problemas de coluna vertebral e dor nas costas.

A exposição às telas pode aumentar o risco de obesidade infantil. Segundo artigo publicado na Abeso sobre a ligação entre telas e obesidade, quando as crianças passam muito tempo em frente às telas, é menos provável que elas sejam fisicamente ativas e se envolvam em atividades ao ar livre. 

Isso pode levar a um estilo de vida sedentário e à falta de exercício, o que pode aumentar o risco de obesidade infantil. A obesidade infantil, por sua vez, pode levar a problemas de saúde a longo prazo, como diabetes, pressão alta e doenças cardíacas.

Por esses motivos, é importante que os pais e cuidadores restrinjam o tempo de tela das crianças e ofereçam alternativas mais saudáveis e educativas para o desenvolvimento infantil. Isso pode incluir atividades ao ar livre, jogos em família, leitura de livros, jogos educativos e interação social com outras crianças e adultos.

Além disso, os pais devem modelar um comportamento saudável em relação ao uso de tecnologia, limitando seu próprio tempo de tela e demonstrando atividades alternativas para seus filhos.

 É importante estabelecer regras claras sobre o tempo de tela e aderir a elas de forma consistente, criando um ambiente saudável e equilibrado para o desenvolvimento infantil.

A tecnologia em si não é ruim, mas é preciso usá-la com moderação e de forma consciente. A exposição excessiva às telas pode afetar negativamente o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico das crianças. 

Os pais devem estar cientes desses riscos e tomar medidas para garantir que seus filhos tenham um estilo de vida saudável e equilibrado, incluindo limitar o tempo de tela e oferecer alternativas mais saudáveis e educativas para o desenvolvimento infantil.

Embora o uso de telas possa ser inevitável em certas situações, é importante que os pais e cuidadores limitam o tempo de tela e priorizem a interação cara a cara com as crianças. Ao fazer isso, eles podem ajudar a garantir que as crianças cresçam saudáveis, felizes e bem ajustadas.


sábado, 18 de março de 2023

O que é a apraxia da fala em crianças?

A apraxia da fala é uma condição neurológica que pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças. A apraxia da fala em crianças é conhecida como apraxia da fala infantil (AFI) ou dispraxia verbal. É uma condição rara e afeta cerca de 1 a 2 em cada 1000 crianças.

A apraxia da fala infantil pode afetar o desenvolvimento da fala e da linguagem na infância e pode continuar afetando a capacidade da criança de se comunicar na idade adulta.

Causas da apraxia da fala infantil

As causas da apraxia da fala infantil não são totalmente compreendidas. Acredita-se que seja uma condição neurológica em que o cérebro tem dificuldade em planejar e coordenar os movimentos musculares necessários para a produção da fala. A apraxia da fala infantil é frequentemente associada a outros distúrbios neurológicos, como transtornos do espectro do autismo e paralisia cerebral. Também pode ser causada por lesões cerebrais adquiridas ou por fatores genéticos.

Sintomas da apraxia da fala infantil

Os sintomas da apraxia da fala infantil podem variar em gravidade e podem incluir:

  • Dificuldade em produzir sons e palavras corretamente
  • Dificuldade em imitar sons e palavras
  • Dificuldade em falar em frases completas ou em longas sequências de sons
  • Problemas com a fluência e o ritmo da fala
  • Dificuldade em pronunciar palavras complexas
  • Dificuldade em falar em diferentes velocidades e volumes
  • Problemas com a coordenação dos músculos necessários para a fala

Diagnóstico da apraxia da fala infantil

O diagnóstico da apraxia da fala infantil envolve uma avaliação neurológica completa, juntamente com uma avaliação da fala e da linguagem da criança. O médico pode realizar testes para avaliar a capacidade da criança de produzir sons e palavras corretamente, bem como sua compreensão da linguagem. Também pode ser necessário realizar testes de imagem cerebral, como ressonância magnética, para descartar outras causas de distúrbios da fala.

Tratamento da apraxia da fala infantil

O tratamento da apraxia da fala infantil geralmente envolve terapia da fala e linguagem. A terapia da fala e linguagem para a apraxia da fala infantil pode incluir exercícios que ajudam a melhorar a coordenação muscular e a capacidade de planejar e executar os movimentos necessários para a fala.

Também pode envolver o uso de dispositivos de comunicação alternativos, como tablets e dispositivos de fala assistida. O tratamento pode ser adaptado às necessidades individuais da criança e pode incluir sessões individuais ou em grupo, dependendo do caso.

Além disso, a terapia da fala e linguagem para a apraxia da fala infantil pode envolver a participação da família da criança. Os pais e cuidadores podem ser orientados sobre como ajudar a criança a praticar a fala em casa e a apoiar seu desenvolvimento da comunicação. Eles também podem aprender estratégias para melhorar a compreensão da criança e incentivar a participação na conversa.

É importante notar que o tratamento da apraxia da fala infantil pode ser um processo longo e contínuo. A terapia da fala e linguagem pode levar meses ou anos, dependendo da gravidade do distúrbio e das necessidades da criança. É importante que a criança receba terapia regular e que a terapia seja adaptada de acordo com seu progresso.

Além da terapia da fala e linguagem, outras abordagens terapêuticas podem ser úteis para crianças com apraxia da fala infantil. Por exemplo, a terapia ocupacional pode ajudar a melhorar a coordenação motora fina, enquanto a terapia comportamental pode ajudar a desenvolver habilidades sociais e emocionais.

O papel dos pais e cuidadores

Os pais e cuidadores desempenham um papel importante no tratamento da apraxia da fala infantil. Eles podem ajudar a criança a praticar os exercícios prescritos pelo terapeuta da fala e linguagem, e também podem ajudar a criança a usar dispositivos de comunicação alternativos, se necessário.

Além disso, os pais e cuidadores podem ajudar a criança a se comunicar em casa e na escola. Isso pode incluir a modelagem de uma fala clara e lenta, a criação de um ambiente tranquilo e livre de distrações para a prática da fala, e a leitura em voz alta para a criança. Os pais e cuidadores também podem incentivar a participação da criança em atividades sociais, como jogos de grupo e brincadeiras, para melhorar suas habilidades de comunicação e interação social.

Profissionais que podem ajudar no tratamento

Pediatras: podem encaminhar a criança para os profissionais especializados no tratamento da apraxia da fala e monitorar o progresso da criança.

Fonoaudiólogos: são os profissionais mais indicados para o diagnóstico e tratamento da apraxia da fala em crianças. O fonoaudiólogo é especializado em avaliar, diagnosticar e tratar distúrbios de comunicação, incluindo distúrbios da fala e da linguagem. Eles podem prescrever exercícios específicos para a criança praticar em casa e realizar sessões regulares de terapia da fala para melhorar sua capacidade de falar e se comunicar.

Neurologistas: são médicos especializados em diagnosticar e tratar doenças do sistema nervoso, incluindo distúrbios neurológicos que podem afetar a fala, como a apraxia da fala. O neurologista pode trabalhar em conjunto com o fonoaudiólogo para determinar o tratamento mais adequado para a criança.

Psicólogos: podem ajudar a criança a lidar com os desafios emocionais que podem estar associados à apraxia da fala, como ansiedade ou baixa autoestima. Eles também podem ajudar os pais e cuidadores a desenvolver estratégias para lidar com as dificuldades da criança em se comunicar.

Terapeutas ocupacionais: podem ajudar a criança a desenvolver habilidades motoras finas, incluindo a coordenação motora necessária para a produção da fala.

É importante que os pais e cuidadores consultem um profissional especializado assim que suspeitarem que a criança possa estar sofrendo com a apraxia da fala. Quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, melhor será o prognóstico e a possibilidade de tratamento eficaz.

Conclusão

A apraxia da fala infantil é uma condição neurológica que pode afetar o desenvolvimento da fala e da linguagem na infância e continuar a afetar a comunicação na idade adulta. O diagnóstico precoce e o tratamento com terapia da fala e linguagem podem ajudar a melhorar a capacidade da criança de falar e se comunicar. Os pais e cuidadores desempenham um papel importante no tratamento da apraxia da fala infantil, ajudando a criança a praticar a fala em casa e apoiando seu desenvolvimento da comunicação. É importante que a terapia seja adaptada às necessidades individuais da criança e que a terapia seja realizada regularmente para maximizar os resultados.

Mais informações você encontra no site – Abrapraxia (apraxiabrasil.org).

quinta-feira, 9 de março de 2023

Ácido Fólico pode provocar autismo?

 


A relação entre o consumo de ácido fólico por gestantes e o aumento do autismo nos bebês tem sido um tema controverso na comunidade médica e científica.

Algumas pesquisas sugerem que o consumo excessivo de ácido fólico pode estar associado a um aumento do risco de autismo em bebês, enquanto outras pesquisas sugerem que a suplementação de ácido fólico durante a gravidez pode, na verdade, reduzir o risco de autismo.

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B que é encontrada em alimentos como vegetais verdes folhosos, feijão e grãos integrais. É importante para o desenvolvimento fetal, pois ajuda a prevenir defeitos do tubo neural.

Quais os defeitos do tubo neural?

Os defeitos do tubo neural (DTN) são anomalias congênitas que ocorrem durante o desenvolvimento do feto, afetando o cérebro, a medula espinhal ou a coluna vertebral. E incluem condições como espinha bífida, anencefalia e encefalocele, que podem causar danos permanentes ao sistema nervoso central do bebê.

A espinha bífida é uma condição em que a medula espinhal e as vértebras não se desenvolvem adequadamente, deixando uma abertura na coluna vertebral. Os bebês com espinha bífida podem apresentar uma variedade de sintomas, incluindo paralisia, falta de controle da bexiga e do intestino, problemas respiratórios e hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro).

A anencefalia é uma condição em que o cérebro e o crânio do bebê não se desenvolvem adequadamente. Bebês com anencefalia geralmente não sobrevivem mais do que alguns dias após o nascimento.

A encefalocele é uma condição em que o tecido cerebral protuberante sai do crânio do bebê através de uma abertura na pele. A encefalocele pode causar danos ao tecido cerebral e pode estar associada a problemas neurológicos.

Os DTNs podem ter graves consequências para a saúde e qualidade de vida do bebê afetado, incluindo danos cerebrais, paralisia, problemas respiratórios e intestinais, hidrocefalia, entre outros. Por isso, é fundamental que as mulheres grávidas recebam a orientação médica adequada e façam o uso correto de ácido fólico ou metilfolato para ajudar a prevenir essas condições.

Outra anomalia que pode ocorrer pela deficiência do ácido fólico é o lábio leporino, que é uma malformação congênita que ocorre quando os tecidos que formam o lábio superior não se fundem completamente durante o desenvolvimento fetal. Isso pode resultar em uma fenda ou abertura no lábio superior, que pode ser pequena ou grande e afetar um ou ambos os lados do lábio. Nesses casos há recomendações de que a suplementação seja feito enquanto a gravidez ainda está sendo planejada.

Ácido Fólico ou Metilfolato?

Um estudo publicado em 2015 no periódico científico American Journal of Clinical Nutrition sugere que algumas mulheres podem ter dificuldade em processar o ácido fólico adequadamente devido a variações genéticas. Essas variações podem levar a uma redução na atividade da enzima MTHFR, que é necessária para converter o ácido fólico em sua forma ativa, o 5-metiltetrahidrofolato (5-MTHF).

Essa dificuldade em processar o ácido fólico adequadamente pode aumentar o risco de DTNs e outras complicações na gravidez em mulheres que apresentam essa variação genética.

Os pesquisadores descobriram que mulheres com a variação genética MTHFR tinham um risco maior de ter um bebê com DTN se não recebessem suplementação adequada de ácido fólico durante a gravidez.

Para mulheres com essa variação genética, pode ser necessário tomar uma forma mais facilmente absorvível de folato, como o metilfolato, para garantir que recebam a quantidade adequada de folato para a prevenção de DTNs e outras complicações na gravidez.

No entanto, é importante notar que nem todas as mulheres com essa variação genética terão dificuldade em processar o ácido fólico adequadamente e que outros fatores, como dieta e estilo de vida, também podem afetar a capacidade do corpo de processar o ácido fólico. Por isso, é fundamental que as mulheres grávidas consultem seus médicos antes de iniciar a suplementação de ácido fólico ou metilfolato durante a gravidez.

Alguns estudos sugerem que o metilfolato pode ser mais eficaz do que o ácido fólico na prevenção de defeitos do tubo neural e outras complicações na gravidez. Por exemplo, um estudo publicado em 2016 no periódico científico The Lancet Public Health comparou os efeitos da suplementação com ácido fólico e metilfolato na prevenção de defeitos do tubo neural em mais de 600 mulheres grávidas. Os pesquisadores descobriram que o metilfolato era mais eficaz do que o ácido fólico na redução do risco de defeitos do tubo neural.

É importante notar que mais pesquisas são necessárias para determinar se o metilfolato é realmente mais eficaz do que o ácido fólico na prevenção de outras complicações na gravidez, como o autismo.

Ácido Fólico x Autismo

Um estudo publicado em 2016 no periódico científico JAMA Psychiatry sugeriu que altas doses de ácido fólico durante a gravidez podem aumentar o risco de autismo em bebês.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 85.000 crianças na Noruega e descobriram que aquelas cujas mães tomaram suplementos de ácido fólico durante a gravidez tinham um risco maior de desenvolver autismo do que aquelas cujas mães não tomaram suplementos. No entanto, é importante notar que esse estudo não encontrou uma relação de causa e efeito entre a suplementação de ácido fólico e o autismo.

Já em outro estudo, publicado em 2018 na revista científica JAMA, sugeriu que o consumo adequado de ácido fólico durante a gravidez pode realmente reduzir o risco de autismo em bebês. Os pesquisadores analisaram dados de mais de 45.000 crianças na China e descobriram que aquelas cujas mães tinham níveis adequados de ácido fólico durante a gravidez tinham um risco menor de desenvolver autismo do que aquelas cujas mães tinham níveis insuficientes de ácido fólico. No entanto, é importante notar que este estudo também não encontrou uma relação de causa e efeito entre a suplementação de ácido fólico e o autismo.

Existem alguns estudos em andamento no mundo para investigar a relação entre o consumo de ácido fólico durante a gravidez e o risco de autismo nos bebês. Mas nada de conclusivo ainda foi publicado.

É importante que as mulheres grávidas consultem seus médicos antes de iniciar a suplementação de ácido fólico ou metilfolato durante a gravidez, sendo um ou outro se necessário é muito importante suplementar, e continuem a acompanhar as pesquisas sobre o assunto para tomar as melhores decisões em relação à saúde de seus filhos.


Fontes de pesquisa: